sexta-feira, 29 de maio de 2015

Nome social no Enem ajuda pessoas trans e travestis, diz aprovada

Principal porta de entrada para o ensino superior no Brasil, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) permite, desde o ano passado, que candidatos transsexuais, transgêneros e travestis se inscrevam utilizando os seus nomes sociais. Mais do que uma identificação no papel, este reconhecimento pode influenciar inclusive o desempenho dos candidatos beneficiados, segundo afirma Maria Clara Araújo, caloura do curso de Pedagogia da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), aprovada pelo Enem em 2014.
"(O nome social) quebra constrangimenos que nós tínhamos que passar quando íamos fazer a prova. Se eu passei este ano foi porque eu tive meu nome social, foi também por causa disso. Eu fui bem tratada, não me senti constrangida, não me senti desrespeitada, e para fazer o Enem você precisa estar com um bom emocional", afirma Maria Clara.
Com a permissão de uso do nome social, no dia do exame as pessoas trans deverão ser tratadas pelo nome com o qual se identificam e não pelo nome que consta no documento de identidade. Além disso, usarão o banheiro do gênero com o qual se identificam.
Para a jovem trans, a sociedade brasileira ainda não entendeu que o nome social é um direito das pessoas trans e travestis. "Na maioria das reportagens que falam de pessoas trans e travestis, o jornalismo faz questão de frisar o nome civil, como contraponto do nome social, não reconhecendo a legitimidade que o nome social dá à identidade daquela pessoa trans que está tentando se construir", argumenta.

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